Descontrole da pandemia favorece o surgimento de novas variantes do Sars-CoV-2, que circulam livremente no Brasil.
BRASIL, 14 de mayo 2021, Conexão UFRJ
Desde seu surgimento, o Sars-CoV-2 não é mais o mesmo. Assim como acontece com diversas espécies, os vírus também estão sujeitos a mudanças em seu material genético: as mutações. Dados da plataforma Gisaid [Global Initiative on Sharing All Influenza Data] mostram que o número de genomas depositados do causador da COVID-19 já passa de um milhão — mais do que já existiu para qualquer vírus sequenciado no mundo, sobretudo em tão pouco tempo.
A palavra “mutação” pode, em um primeiro momento, causar espanto. Mas, na verdade, trata-se de um processo natural. Estima-se que o coronavírus sofra uma ou duas novas mutações a cada mês, entre substituições, adições e deleções de bases. Carolina Voloch, pesquisadora do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, destacou que o surgimento de novas versões do vírus é um comportamento previsível. A essas novas versões a ciência dá o nome de variantes — e elas são apenas a continuação de um processo de evolução que já estava acontecendo.
“O Sars-CoV-2 se diferencia ao longo do tempo, é um processo natural observado nos vírus em geral. As mutações no Sars-CoV-2 são, portanto, algo esperado. Mas o que precisamos levar em conta são os desdobramentos”, revela.
Por vezes, um conjunto de variantes se relaciona entre si, compartilhando características genéticas semelhantes e uma origem em comum. Neste caso, estamos falando do conceito de linhagem viral. Muitos especialistas trabalham dia e noite sequenciando amostras do vírus para entender como ele está se transformando ao longo do tempo. Por meio do acompanhamento e da vigilância genômica, é possível identificar a trajetória e o comportamento dessas linhagens.
O Sars-CoV-2 carrega em seu núcleo um longo filamento de material genético conhecido como RNA — ácido ribonucleico. Ao longo dessa estrutura, mais de 30 mil bases nitrogenadas se organizam em trincas, que codificam os aminoácidos. À medida que o vírus se replica, pequenos erros na transcrição do RNA podem ocorrer, como a substituição, adição ou deleção de alguma base dessa grande sequência, e, em alguns casos, isso pode alterar o aminoácido correspondente. Segundo Voloch, essas mutações são aleatórias e, na maioria das vezes, sequer têm efeitos relevantes.
No entanto, algumas podem trazer novas configurações para o vírus, causando-lhe benefícios ou prejuízos. No geral, quando a mutação traz desvantagem, a tendência é que a variante não consiga sobreviver, por uma questão de seleção natural. A preocupação surge quando uma mutação passa a representar uma vantagem para o vírus a ponto de alterar desfechos clínicos — como o aumento da transmissão, o agravamento da doença, a mudança de faixa etária ou o escape das defesas imunológicas.
Logo no início da pandemia, em março de 2020, a versão original do Sars-CoV-2 sofreu uma mutação denominada D614G — na posição 614 do filamento, o aminoácido ácido aspártico (representado pela letra D) foi substituído, aleatoriamente, por uma glicina (G). Estudos posteriores indicaram que, com essa mutação, o vírus passou a se ligar com mais afinidade ao receptor da célula humana. Pouco tempo depois, a linhagem tornou-se dominante em todo o mundo.
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Fuente: Conexão UFRJ
Avance tecnológico | Brasil | COVID19 | UFRJ
Entendendo as mutações do coronavírus
Descontrole da pandemia favorece o surgimento de novas variantes do Sars-CoV-2, que circulam livremente no Brasil.
BRASIL, 14 de mayo 2021, Conexão UFRJ
Desde seu surgimento, o Sars-CoV-2 não é mais o mesmo. Assim como acontece com diversas espécies, os vírus também estão sujeitos a mudanças em seu material genético: as mutações. Dados da plataforma Gisaid [Global Initiative on Sharing All Influenza Data] mostram que o número de genomas depositados do causador da COVID-19 já passa de um milhão — mais do que já existiu para qualquer vírus sequenciado no mundo, sobretudo em tão pouco tempo.
A palavra “mutação” pode, em um primeiro momento, causar espanto. Mas, na verdade, trata-se de um processo natural. Estima-se que o coronavírus sofra uma ou duas novas mutações a cada mês, entre substituições, adições e deleções de bases. Carolina Voloch, pesquisadora do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, destacou que o surgimento de novas versões do vírus é um comportamento previsível. A essas novas versões a ciência dá o nome de variantes — e elas são apenas a continuação de um processo de evolução que já estava acontecendo.
“O Sars-CoV-2 se diferencia ao longo do tempo, é um processo natural observado nos vírus em geral. As mutações no Sars-CoV-2 são, portanto, algo esperado. Mas o que precisamos levar em conta são os desdobramentos”, revela.
Por vezes, um conjunto de variantes se relaciona entre si, compartilhando características genéticas semelhantes e uma origem em comum. Neste caso, estamos falando do conceito de linhagem viral. Muitos especialistas trabalham dia e noite sequenciando amostras do vírus para entender como ele está se transformando ao longo do tempo. Por meio do acompanhamento e da vigilância genômica, é possível identificar a trajetória e o comportamento dessas linhagens.
O Sars-CoV-2 carrega em seu núcleo um longo filamento de material genético conhecido como RNA — ácido ribonucleico. Ao longo dessa estrutura, mais de 30 mil bases nitrogenadas se organizam em trincas, que codificam os aminoácidos. À medida que o vírus se replica, pequenos erros na transcrição do RNA podem ocorrer, como a substituição, adição ou deleção de alguma base dessa grande sequência, e, em alguns casos, isso pode alterar o aminoácido correspondente. Segundo Voloch, essas mutações são aleatórias e, na maioria das vezes, sequer têm efeitos relevantes.
No entanto, algumas podem trazer novas configurações para o vírus, causando-lhe benefícios ou prejuízos. No geral, quando a mutação traz desvantagem, a tendência é que a variante não consiga sobreviver, por uma questão de seleção natural. A preocupação surge quando uma mutação passa a representar uma vantagem para o vírus a ponto de alterar desfechos clínicos — como o aumento da transmissão, o agravamento da doença, a mudança de faixa etária ou o escape das defesas imunológicas.
Logo no início da pandemia, em março de 2020, a versão original do Sars-CoV-2 sofreu uma mutação denominada D614G — na posição 614 do filamento, o aminoácido ácido aspártico (representado pela letra D) foi substituído, aleatoriamente, por uma glicina (G). Estudos posteriores indicaram que, com essa mutação, o vírus passou a se ligar com mais afinidade ao receptor da célula humana. Pouco tempo depois, a linhagem tornou-se dominante em todo o mundo.
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Fuente: Conexão UFRJ
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